Oi, pessoal infame!
Como algumas pessoas me perguntam sobre o que gosto de ler,
resolvi fazer esse post falando do livro que estou lendo. Não é uma resenha, só
falarei algumas coisas sobre ele.
Trata-se de Fausto, de Goethe:
Desde que assisti ao filme alemão
de 1926, fiquei com muita vontade de ler, já que o filme é bem interessante. O
que me fez postergar tanto foram as rimas: o livro é todo rimado, e eu sou meio
relutante quanto a isso, pois acho cansativo esse tipo de leitura; a sonoridade
das frases rimadas me remete a alguém que anda, anda e não sai do lugar. Por
fim, deixei de lado esse meu capricho bobo e até agora estou gostando bastante.
Caso alguém não saiba, o nome
Werther abaixo é de outro livro (a edição traz os dois) que nada tem que ver
com Fausto. É a obra Os Sofrimentos do Jovem Werther, famosa por ter
desencadeado uma onda de suicídios baseados no protagonista — Werther, durr — que
também o fez. Inclusive, denomina-se até hoje Efeito Werther o impacto de um
suicídio amplamente divulgado que faz com que outras pessoas também tirem a
própria vida.
O LIVRO
Fausto é um intelectual, um
doutor conhecido e respeitado, que passa por um momento melancólico. Está velho
e só, e nem mesmo a ciência, o conhecimento ou as leituras — atividades sempre
tão caras a ele — o motivam. Como fitasse a cova, reflexões depressivas sobre
sua vida (e agora mais sobre sua morte) e o que fez dela, bem como sobre a
efemeridade de tudo se engrandecendo e ofuscando o brilho de qualquer
realização lhe fazem inclusive cogitar a autodestruição.
Prezando pela tranquilidade de
sua solidão, chega a privar com espíritos, invocando-os em momentos de grande
intranquilidade, e a perder a paciência ao ser importunado por seu assistente
que tanto o admira.
Basicamente, a última esperança
de Fausto aparece transmutada numa figura canídea, um cachorro escuro, e
trata-se de ninguém menos que Mefistófeles, uma entidade maligna, demoníaca. Em
algumas culturas aliado de Lúcifer e, em outras, o próprio Lúcifer em si.
Assim, quando a perspectiva de alegria restante de um homem é o diabo, automaticamente muito se infere sobre o estado mental e emocional desse homem, e sobre o nível de indiferença ou perversidade do ente que se aproveita dessa condição para lhe oferecer breves momentos de felicidade em troca de tomá-lo como servo.
Tendo
seus termos aceitos, Mefistófeles leva Fausto para seus últimos momentos de
felicidade, que, tamanha seria, lhe pareceriam infinitos. Esse inusitado dueto
formado de homem e besta inicia uma pequena jornada para o aprazimento de
Fausto, o que, além de interações com várias pessoas, também envolve um elixir
da juventude.
MePhiSt0_666 e Faustin_182 (agora adolescente 'tra vez)
UM TRECHO
Um dos trechos interessantes que esse formato teatral e as
rimas possibilitaram foi esse:
Nem tanto pelo que está escrito, mas pelo modo como as
sílabas tônicas de cada frase remetem ao caminhar desse tipo de pessoas que,
soldados, espera-se que marchem.
em altos casteloscom muros e ameiasmocinhas com belose altivos semblantes
Enfim,
esse é o livro que leio no momento. Claro que muito provavelmente quem me
pergunta só quisesse saber o nome e não esse monte de coisa, mas resolvi criar
essa postagem. Espero que tenham gostado!
A cena que mais gosto do filme (pela ideia e pelo modo como foi traduzida a fala hahaha)
BÔNUS
A cena que mais gosto do filme (pela ideia e pelo modo como foi traduzida a fala hahaha)
trapando o véio no pote
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