A Problemática Fraternal do Cimento
Cimento é
muralha feita por homem
Pra natureza
não entrar.
A chuva cai
no asfalto e sente dor.
Fica perdida
e quer voltar,
Transformando-se
em vapor.
O ovo que
despenca de um ninho,
No caminho,
já sente o acabar:
Se caísse na
terra, talvez pudesse voar.
O vento
sorri e tromba com a parede.
Deixa cair
todos os perfumes que havia juntado.
A lagartixa
inocente perdeu o rabo
Num baque de
vassoura assustado.
O homem faz
cimento e finge que é bonito
Delimitar
seu quadrado de vida.
Divida,
homem. É sua dívida de vida.
E fica uma
pequena reflexão sobre um cachorro atropelado:
Será que era
pra ser asfalto?
Quem deveria
estar lá:
A calma do
bicho
Ou a pressa
do carro?
Rafael C. Nemer
.
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