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terça-feira, 3 de junho de 2014
Poema de um Desiludido e Aspirante a Astronauta
Poema de um Desiludido e Aspirante a Astronauta
Queria algo que me tocasse a
alma
Mas o que me toca a alma
Geralmente é o que também toca o
chão
É o roto
O trágico
E o breve
E se for pra ter a alma tocada
assim,
Talvez não compense deixa-la à
vista
Dos olhos da Terra
Muito do que é mundano é turvo
E desencaminhado
E cheio de areia
Eu optei pelo caminho mais longo
O galáctico
E é preciso calma
Pois para chegar leva-se toda
uma vida
Diz-se ter um buraco negro
No fim de toda pessoa
De tudo que respira e de tudo
que é finito
Marte parece não girar quando me
vê
Meu planeta fica rodando o tempo
todo
E tem hora que enjoa
Soa como se quisesse ser
apreciado pelo Todo
Meu sonho é mergulhar num buraco
negro
E me transformar no que quer que
aconteça lá
Virar matéria inexistente e
bonita
Com tempo de sobra
Na gigante existência do nada.
-Rafael C. Nemer
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